William

Deixe que o
aroma se prolongue,
e pinte
imagens em minha mente.
Os olhos dela,
bolas de mel,
sua risada,
anjos tocando harpas.
Oh, cotovia,
dê um sinal,
se a flecha de
cupido torta estiver.
Ouça! A
cotovia! O nome dela fala.
Cecily, ela
dispara com seu minúsculo bico.
Fool for Love
Lies My Parents Told Me
Spike antes de ser Spike era o
jovem poeta William, apaixonado pela bela
Cecily Addams (ou Underwood) na Londres
vitoriana do século XIX. Todos o chamavam de
William The Bloody por causa da poesia
horrível que escrevia.*
*Era de opinião geral que a
poesia de William era bloody awful,
quer dizer, muito ruim. Bloody,
em inglês britânico, é uma palavra usada
para enfatizar um substantivo ou adjetivo.
Literalmente, a palavra significa sangrento.
O próprio William reconhecia que era um
poetam ruim.
William vivia numa casa
confortável com sua idosa e doente mãe,
Anne, a quem amava muito e por quem era amado
igualmente. Ele costumava ler suas poesias
para ela, que as escutava com prazer. Por
sua vez, Anne gostava de ter o filho ao seu
lado e cantar para ele sua música preferida,
[Early One Morning],
enquanto bordava. Anne incentivava o filho a
procurar uma boa moça para se casar, dizendo
que ele precisava de uma mulher ao seu lado.
O doce William respondia a mãe que "já tinha
uma mulher ao seu lado", referindo-se a
própria Anne. Mas ele reconhecia que ainda
não havia perdido as esperanças de que a
casa, um dia, abrigaria mais uma pessoa do
sexo feminino. E garantia à mãe que, quando
isto acontecesse, ele continuaria a cuidar
dela.
Certa noite do
ano de 1880, William vai a uma festa, mas fica
isolado, num canto do salão, escrevendo versos
para sua amada Cecily. Enquanto isto, alguns
dos convidados estão discutindo sobre
misteriosos crimes que vêm acontecendo na
cidade (causados por Angelus, Darla e
Drusilla), e que a polícia não consegue
solucionar; William diz que prefere
"não pensar nestas coisas depressivas, feias."
Segundo ele, é melhor colocar sua energia "na
criação de coisas bonitas."
Meu coração se
expande
Formando uma saliência
inspirado por sua beleza,
efulgente.
Cecily está presente à festa;
tomado de súbita coragem, William resolve
declarar seu amor à jovem, mas a moça,
esnobe, o rejeita completamente, dizendo que
ele é inferior a ela.
Desesperado,
William sai pela noite londrina, rasgando a
poesia escrita para sua amada e é neste estado
de espírito miserável que ele encontra a
vampira [Drusilla], e por ela é
mordido.
Lies
My Parents Told Me
Logo após
ter se transformado em vampiro, William leva
Drusilla (agora sua amante) até sua casa; ela
não sabe, mas a intenção dele é transformar
Anne em vampira também — por amor. Ele quer
que sua mãe tenha vida eterna e que viva com
ele para sempre. Contudo, o resultado é
desastroso: Anne, transformada em vampira, sem
alma, é um verdadeiro demônio — bem ao
contrário do filho, que mesmo sem alma
conservou a capacidade de amar. Logo no
primeiro encontro dos dois, William fica
arrasado com as palavras — e atos — terríveis
que Anne reserva para ele. Ela diz que desde
que o viu pela primeira vez, sua vontade era
de ter arrebentado sua cabeça, que sempre teve
esperanças de que ele largasse da barra de sua
saia, pois só o que ele fazia era atrapalhar
sua vida. Acrescenta que não quer passar a
eternidade ouvindo as poesias horríveis dele e
ainda afirma que o que William sempre quis era
"colocar suas mãos em cima dela" e parte para
cima dele, com intenções incestuosas.
Desesperado, William não vê outra alternativa:
a estaqueia com a bengala que Anne costumava
usar, causando um trauma que o acompanharia
durante boa parte de sua não-vida.
Algum tempo se
passa e seu nome deixa de ser William: o
ex-poeta toma o apelido de Spike, por causa de
seu gosto, segundo as crônicas dos [Guardiões] — que nem
sempre estão certas — em torturar suas vítimas
com aqueles pinos usados em estradas de ferro
(railroad spikes em inglês). Será
porque, pouco antes de ser maltratado por
Cecily na festa, um dos convidados criticou
duramente sua poesia dizendo que preferia ter
railroad spikes enfiados na cabeça do
que ler a poesia de William?
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